quinta-feira, 11 de setembro de 2008

MANIFESTO ECOLÓGICO PELO AQUERENCIAMENTO PLANETÁRIO

Texto enviado pela jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues, Assessora de Imprensa da Agapan/RS aagues@via-rs.net

A AGAPAN surgiu no dia 27 de abril de 1971, em Porto Alegre.
Naquela época, poucos no mundo, entendiam e pensavam os problemas que estavam acontecendo com a natureza. Quase ninguém sabia o que era a poluição. As fábricas jogavam e ainda jogam venenos na água dos rios, que além de matar os peixes, também sujam a água que bebemos. Além disso, muitas pessoas pensavam que cortar árvores não causava nenhum problema.
Foi por isso que pessoas como José Lutzenberger e Augusto Carneiro resolveram se reunir e formar um grupo que passou a se chamar AGAPAN - ASSOCIAÇÃO GAÚCHA DE PROTEÇÃO AO AMBIENTE NATURAL. Esta associação começou a ficar conhecida porque sempre que acontecia algum problema com a natureza ou alguém querendo cortar alguma árvore nativa, lá estava a AGAPAN chamando os jornalistas para que mais e mais pessoas soubessem do fato.
Um dia, a Prefeitura de Porto Alegre daquela época, queria cortar muitas, mas muitas árvores na Avenida João Pessoa, em frente à Faculdade de Direito da UFRGS, para construir um viaduto. O pessoal da AGAPAN ficou sabendo e foi para lá. Um deles, o Carlos Dayrell, estudante de 21 anos subiu bem no alto de uma das árvores que iria ser cortada e disse: "Eu não saio daqui!... ninguém vai cortar esta árvore coisa nenhuma!..." Os jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas registraram o Dayrell na árvore.E no dia seguinte muitas pessoas ficaram sabendo do ocorrido, através das notícias de jornais ,televisão e rádio. O prefeito ficou apavorado com tanta gente contra o corte das árvores, que desistiu da idéia. Até hoje aquelas àrvores existem, graças a este fato.
Quando chegava a primavera, Porto alegre era muito feia e triste. As árvores não floresciam. Por quê? Todo o ano lá estava a Prefeitura cortando, podando muitos galhos delas. Aí, não tinha jeito. As flores que estavam quase brotando, pimba, morriam! Lá estava a AGAPAN conversando com o prefeito, vereadores...e, conseguiu fazer uma lei contra a poda indiscriminada das árvores.
Hoje existe primavera florida em Porto Alegre. As árvores, os pássaros e nós agradecemos!
Quando as pessoas de outros lugares vinham visitar a nossa cidade, logo que chegavam tinham que tapar o nariz de tão fedorenta. Aí, diziam: ah! É o cheiro da Borregard. È que a Borregard era uma fabrica de papel que existe até hoje, do outro lado do Lago Guaíba na cidade de Guaíba. Mudou de nome para Riocell e agora para Aracruz celulose. Esta fábrica, para fazer o papel e ganhar muito dinheiro, sujava e ainda suja a água com venenos para o papel ficar branco.Estes venenos eram despejados na água do Guaíba sem tratamento e, a fumaça que saia da sua chaminé era muito fedorenta. O pessoal da AGAPAN falou com o governador do nosso estado e a fábrica foi fechada por 120 dias.
Mais uma vitória para os peixes, pássaros e para nós humanos. Claro, a fabrica reabriu, mas as chaminés aumentaram de tamanho para disfarçar um pouco o cheiro.
Hoje, as pessoas de bem, sabem que as verduras, legumes e frutas ficam mais felizes se forem plantadas com adubo orgânico feito em composteira.
Entretanto muitas pessoas plantam estes alimentos adubados com venenos, chamados agrotóxicos. Eles usam esta técnica para apressar o desenvolvimento da planta e matar os bichinhos que existem na terra e que são necessários para o crescimento saudável desses alimentos.
A AGAPAN lutou muito e conseguiu aprovar a Lei Estadual dos Agrotóxicos, que proibiu o uso de alguns venenos na agricultura do nosso estado.
Enfim a AGAPAN conseguiu ser conhecida porque as pessoas começaram a acreditar que a natureza precisava de ajuda.
Nestes anos todos sempre pagamos aluguel pelo espaço onde está localizada a sede da AGAPAN. Agora, conseguimos um pequeno terreno e, já estamos começando a construir, com a ajuda de muitas pessoas, a sede própria. Vai ser bem legal, toda diferente!
Para isto estamos lançando o site www.agapan.org.br, que ajudará a manter informadas as pessoas que acreditam nesta causa.
E, nestes 36 anos de existência da AGAPAN sempre foi assim: cada um que chega ajuda um pouco, sem ganhar nenhum dinheiro em troca. Todos sempre trabalham acreditando que um mundo melhor é possível e, que a vida está sempre em primeiro lugar.

Porto Alegre, 2007


Eleara Manfredi

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